sexta-feira, agosto 15, 2008

Em show de João Gilberto, público sussurra e brinca de ventríloquo

João Gilberto é uma espécie de mito daqueles que todo mundo deveria ver ao menos uma vez na vida. Ontem, no Auditório Ibirapuera, o rei da Bossa Nova fez um show lindo, perfeito e provocou o público cantando várias músicas conhecidas. Provocou? Sim, provocou, porque o show do João tem algumas regras: não pode falar, não pode rir fora de hora, tem de respirar baixinho, espirrar seria um crime e nunca, jamais, a platéia canta --só se for convidada.

Veja imagens do show

Mas como ouvir ao vivo aquele senhor que toca violão como poucos cantar "O Pato" e ter força para não fazer coro em "qüém, qüém". Eu fiz, escondido, mas fiz. Mas não fui só eu não. Como em show de ventríloquo, o público mexia a boca, mas a voz era de João.


Às 23h28 [o show, previsto para as 21h, começou às 22h38], quando ele cantou "Chega de Saudade", foi o ápice do desespero da platéia. Nas cadeiras próximas à minha, um som parecido com um tipo de prece passou a ecoar no meio da música. Virei-me lentamente [sempre para não incomodar nem o músico nem meus vizinhos de assento] para ver de onde vinha aquele zunzum e percebi que um casal, abraçado e de olhos fechados, sussurrava a letra da música um no ouvido do outro, aparentemente para não ser percebido pelo cantor.


Mas João estava super bem humorado e surpreendeu o público ao ignorar, logo no início do show, a invasão do som de um Windows desligando --aquele "tam dam dam dam" (ouça como foi irritante), estrondeando mais alto que seu violão pelas caixas de som. O público ficou tenso, mas ele, o mestre da Bossa Nova, continuou cantando como se nada tivesse acontecido --que sorte a nossa.


Como na maioria dos shows, ao público é proibido fazer imagens e gravações. Essa restrição em tempos de celular 3G com câmera de 5 Mpixels desperta um jogo de esconde entre fãs e seguranças. A verdade é que quase todo mundo tenta fazer uma imagem do cantor durante os aplausos, quando é mais difícil de ser abordado por um fiscal e a sala fica mais iluminada.


Nesse ponto eu não tive tanta sorte. Na ânsia de registar o disputado show e de capturar uma simples imagem do cantor no palco para ilustrar a reportagem sobre o espetáculo, minha técnica foi desastrosa. Não é fácil mirar o artista e ocultar o aparelho celular que emana luz delatando o ato aos seguranças e conseguir uma boa foto. Na minha recordação digital, João Gilberto aparece como uma bola de luz branca embaçada. Poderia ser qualquer um, mas eu juro que é ele.
Além de bem disposto, João não estava com pressa: cantou 30 músicas, conversou com o público, contou histórias, arrancou risos, declarou amor a São Paulo dizendo "I love you" e elogiou o hotel Maksoud Plaza, onde está hospedado. Rápido mesmo foi só o trajeto de saída e retorno ao palco na hora do bis, pit stop de 47 segundos, quase que não deu tempo de bater palmas, mas ele foi aplaudido sim, muito e com todo o público em pé.

Após cantar "Garota de Ipanema", música com que encerrou a noite e que o público também acompanhou apenas mexendo a boca, sem dizer nada, ele pegou seu violão e saiu. Aí, sim, deu tempo de oferecer a João um aplauso longo, emocionado e satisfeito. Ele não voltou.


O que João cantou:

01- "Aos Pés da Cruz"
02- "13 de Ouro"
03- "Wave"
04- "Caminhos Cruzados"
05- "Doralice"
06- "Meditação"
07- "Preconceito"
08- "Disse Alguém"
09- "O Pato"
10- "Corcovado"
11- "Samba do Avião"
12- "Lígia" [sem dizer nenhuma vez "Lígia"]
13- "Você Já Foi à Bahia?"
14- "Rosa Morena"
15- "Morena Boca de Ouro"
16- "Desafinado"
17- "Estate"
18- "Só Vou pra Casa"
19- "Chega de Saudade"
20- "Isto Aqui o que É"

Bis

21- "Chove Lá Fora"
22- "O Nosso Olhar"
23- "Bahia com H"
24- "Da cor do pecado"
25- "Samba de uma Nota Só"
26- "Retrato em Branco e Preto"
27- "Samba de uma Nota Só"
28- "Guacyra"
29- "Pra Machucar Meu Coração"
30- "Garota de Ipanema"

Texto e fotos de LIGIA BRASLAUSKAS, editora da Editora da Folha Online

Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u433810.shtml
João Gilberto chega atrasado em show de SP

O cantor e compositor João Gilberto, 77, foi aguardado por mais de uma hora pelo público que compareceu na noite desta quinta-feira (14) ao Auditório Ibirapuera, em São Paulo, onde apresentou o primeiro show em homenagem aos 50 anos da bossa nova.

Neste videocast, o repórter da Ilustrada Miguel Arcanjo Prado acompanhou a movimentação do público antes do espetáculo.




A escritora Danuza Leão, irmã mais velha da cantora Nara Leão, era uma das presentes. Ela contou que acompanhou de perto o nascimento da bossa nova. "Tudo começou no apartamento dos meus pais", falou, já que foi no famoso apartamento da avenida Atlântica, no Rio, que os jovens criadores da bossa nova se reuniam no final dos anos 50 para tocar violão.

O cenógrafo Cyro del Nero lembrou que trabalhou com João Gilberto em um show da TV Tupi, em 1972. "Ele é extremamente exigente", disse. Ele ainda lembrou as participações na televisão que João Gilberto fazia no programa de Bibi Ferreira, na TV Excelsior, no começo da década de 60.

Anônimos também marcaram presença, como dois japoneses que estavam dispostos a pagar R$ 1.000 por uma entrada. Depois de permanecer na porta do auditório com placas dizendo que queriam ingressos, eles conseguiram comprar um par na mão dos cambistas.

João Gilberto chegou em um carro preto, às 22h11, e foi recebido por um grande grupo de fotógrafos, repórteres e cinegrafistas. O show começou às 22h37 e terminou pouco depois da meia-noite. João Gilberto estava de bom humor e não se irritou nem com um telefone celular que tocou durante sua apresentação.

Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u433542.shtml

terça-feira, agosto 12, 2008

Jung é considerado místico, confuso e bígamo


Dentre os primeiros exploradores do inconsciente, o suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) é um dos mais contraditórios. Depois de aliar-se a Freud, o criador da psicanálise, Jung criou uma escola própria, ampliada e praticada por muitos, em todo o mundo. Ainda hoje ele é considerado místico, confuso, simpatizante do nazismo e bígamo.


Esta semana, o quadro "Olhar Literário", mostra uma entrevista com o autor Tito R. de A. Cavalcanti, que fala sobre este trabalho que sintetiza os principais temas da obra de Carl Gustav Jung.





O livro também trata da união de Jung com Freud, que durou sete anos e foi interrompida pelo fato de os dois não concordarem a respeito da teoria do inconsciente. Isto fez com que Jung criasse uma escola própria, ampliada e praticada por muitos desde então, ao redor do mundo.


O psiquiatra suíço passou muito tempo na obscuridade. No Brasil, sua obra tem pouca repercussão nas universidades, se comparado às obras de Freud e Lacan, por exemplo, e, não raro, seu nome aparece associado ao misticismo, ao nazismo e à bigamia.


O autor de "Jung", Tito R. de A. Cavalcanti, é analista junguiano, formado pela Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica.


"Jung"

Autor: Tito R. de A. Cavalcanti

Editora: Publifolha

Páginas: 96

Quanto: R$ 17,90

Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha



Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u423335.shtml

sábado, agosto 09, 2008

Bebida considerada "paixão nacional" ganha novos sabores.

Considerada paixão nacional, a cerveja tem ganhado novas formas e sabores, resultado da fabricação artesanal feita por pequenas empresas. Com isso, o apreciador tem descoberto as inúmeras variedades da bebida considerada "paixão nacional".

No programa "Boa Vida" desta semana, a repórter Marina Fuentes entrevista o empresário Evandro Amidani, proprietário de um bar, em São Paulo, especializado em cervejas premium.


De olho neste mercado em crescimento, a Schincariol comprou recentemente a catarinense Eisenbahn. Além disso, outras microcervejarias com boa aceitação no mercado, como a paulista Baden Baden, a pernambucana Igarassu e a carioca Devassa, já haviam sido adquiridas pela empresa no ano passado.

Em seu estabelecimento, Amidani conta com 25 marcas diferentes, todas nacionais. "Ao abrir o bar, a idéia era oferecer um produto diferente". Apesar do crescimento da procura pelo tipo de produto, o empresário diz que o brasileiro ainda desconhece a quantidade de cervejas disponíveis e de boa qualidade existentes no mercado.


Para o consumidor que pouco conhece sobre as cervejas artesanais, Amidani aconselha a brincadeira da experimentação, ou seja, a saída em grupo aos bares que disponibilizam a bebida. Em vez de pedir um só tipo de cerveja, cada um faz o pedido diferente. Com isso, todos podem experimentar a sua bebida e a dos amigos.

Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u430526.shtml
Meu compromisso de postar diariamente não foi cumprido... Vou tentar mais uma vez imprimir uma preiodicidade nas postagens, mas dessa vez sem prometer.