quinta-feira, junho 25, 2015

Entrevista do Macaubense, Avelino Pereira de Sousa ao site Novoeste.

"Juiz do interior pensa que é Deus e quando ele se torna desembargador, deixa de pensar que é Deus, passa a ter certeza que já o é", diz Dr. Avelino Pereira de Sousa em entrevista.
Data 19/09/2011 as 15h13
Embora entendesse que o homem é um ser que já nasce político, portanto tem a necessidade de fazer política, Dr. Avelino, escolheu Barreiras pelo fato de não querer se envolver com política. "Hoje, tudo é politicagem, se eu ficasse em Macaúbas, seria apenas o filho do seu Zezinho, de família humilde, mesmo se estivesse uma definição política. Então, jamais seria reconhecido por minha qualificação como advogado e sim, como um simples correligionário de um grupo e adversário de outro", explica Dr. Avelino, acrescentando que até hoje prefere continuar distante da política partidária.

Do tempo de vida do Dr. Avelino, 37 anos foram efetivamente militando na advocacia em Barreiras. Mesmo um pouco tardio, mas como forma de homenagear os advogados barreirenses, escolhemos essa figura enigmática do direito local para debater alguns assuntos de interesse da classe. Na ocasião ele opina sobre questões polêmicas como a justiça, em especial a baiana, o Exame da OAB, a nomeação de assessores, a falta de concurso público, entre outros. Confira!

Veja a entrevista:

Dr. Avelino, fale da sua chegada em Barreiras.


Cheguei em Barreiras no dia 03 de julho de 1974. Na época, havia na cidade apenas cinco advogados, três eram da minha turma: o Dr. Leonardo, o Dr. Cézar e o Dr. Antônio Cunha. Como eles estagiaram durante o curso, vieram antes de mim, no início de 74. Tinha também na cidade, a Drª. Maria Ignez, do FUNRURAL, e o Dr. Lourenço que morreu há cerca de um mês. Então, na ordem cronológica de chegada sou o 6º a ter chegado a Barreiras e hoje, o segundo, porque o Lourenço e a Maria Ignez se foram, o Cézar e o Antônio Cunha são juízes, sobrou apenas o Leonardo, o nosso decano, que é da mesma turma e que me antecedeu uns dois meses. 

Como era advogar naquela época?

Não tive ninguém para me orientar, a não ser no estágio. Quando cheguei a Barreiras era como se fosse médico, tinha que ser clínico geral. Lembro-me que quando o primeiro cliente me procurou, eu tremia todo, inseguro achava que não ia conseguir nem conversar com ele, mas, graças a Deus deu tudo certo e a partir daí fui advogando. Nesse tempo, tínhamos uma juíza que gostava muito de trabalhar, era a Drª. Lucy Moreira, que além de ser juíza de Barreiras, era de Angical e de Cotegipe. Na época, Angical abrangia Brejolândia, São Desidério e Riachão das Neves, tudo isso era sob a batuta da Drª. Lucy Moreira e de uma promotora. Nesse período, Barreiras tinha em torno de 12 mil habitantes. Hoje, temos cerca de 140 mil habitantes, a profissão de advogado se generalizou, tanto que o número de profissionais se multiplicou e está sobrando na praça, porém o número de juízes é muito pequeno, não atende a demanda, por isso, continua a desejar.

Que avaliação o senhor faz da Justiça da Bahia?

Acabou de ser decretada a falência da justiça da Bahia. Quando falo isso, é porque vem progressivamente, se não me engano a quatro anos que não tem concurso para juiz no estado da Bahia. A presidente que assumiu o TJ baiano por último, disse que não ia fazer concurso nos últimos anos e que nomearia assessores para os juízes no interior. No Tribunal já existe isso. Numa petição que dirigi ao Tribunal, coloquei que considero a figura do assessor um "cancro" no judiciário. Hoje, o desembargador praticamente não faz mais nada, a não ser participar das sessões. O voto ou o despacho que teria que ser dele, é dado por assessores. Assessores esses que assumem apenas cargos de confiança, que não fizeram concursos ou que fizeram e perderam. Mas, que hoje estão sendo "desembargadores", porque se eles despacham ou fazem figura desses magistrados e muitos deles sequer se dão o trabalho de conferir de perto o trabalho desses assessores. Se alguém for ao Tribunal assistir um julgamento, vai entender o que estou dizendo. Quando ouvir um relator gaguejar o voto, será a prova de que não foi ele que o escreveu. Há pouco tempo, participei de um julgamento que fiquei envergonhado, um desembargador gaguejava o tempo todo quando fazia a leitura de um voto que dizia ter sido dele.

Essa justiça nossa, será que um dia vai melhorar?


Acredito que sim. Por que senão de que adianta ser advogado? O advogado tem que ter inspiração, se não tiver, não vestir a camisa e acreditar no que está fazendo, não conseguirá êxito.

Quanto à justiça da Bahia, alguns dados apavoram, dentre eles o número de desembargadores de outros estados em comparação com o da Bahia. Exemplo disso é São Paulo que tem 349; Rio de Janeiro 180; Rio Grande do Sul 138; Minas Gerais 129 e o Paraná 130. Os precitados são estados progressistas, onde a indústria, o comércio está muito mais em desenvolvimento. Agora, se compararmos a alguns estados onde não existe o mesmo crescimento é visível à diferença, veja o Ceará com 44; Pernambuco 39; Goiás 36 e a Bahia 33.

Se, nessa imensidão de território, a Bahia têm apenas 33 desembargadores, assessores tem quantos? Chegue hoje num Tribunal e procure um processo seu. Com certeza não vai estar com o desembargador e sim com o assessor. Essa mesma situação, daqui uns dias vai estar acontecendo no judiciário de Barreiras, porque dos 410 assessores que já foram nomeados no estado, quatro já vieram e um está a caminho.

Será que esses assessores estão preparados? Uma pessoa para ser juiz se submete à uma preparação numa escola de magistrados, para depois assumir sua função. Portanto, um simples assessor desse com as obrigações de um o juiz, entre aspas, um juiz adjunto, é um absurdo. Outra imoralidade no judiciário da Bahia são os juízes leigos, os juizados especiais estão cheios deles. No juizado especial, esses pelo menos fizeram um concurso para auxiliar o juiz. Mas, a própria terminologia "leigo" é um equívoco, é a justiça da Bahia.
       
No interior do estado, o que significa esses assessores para o judiciário local?


Com já disse, é a falência do judiciário no estado e em Barreiras não é diferente. Desde o dia 01 de agosto já foram nomeados 410 assessores para juízes do interior, aqui em Barreiras foram nomeados assessores para quatro juízes. Agora, quem são esses assessores? São pessoas que recentemente se formaram bacharéis em direito, muitos não são nem advogados e vão fazer os despachos dos magistrados.

Caberá ao juiz revisar esses despachos? Sim. Mas, será a mesma situação dos Tribunais onde o desembargador vai selecionar um ou outro processo e de vez em quando fazer um questionamento sobre determinada sentença que o assessor preparou. Costumo dizer que os tais 410 assessores são na verdade novos "juízes". Porque além de adjuntos, farão papel de juízes. Apenas não vão assinar, mas serão os mesmos que irão dar os despachos e as sentenças. O juiz vai conferir corretamente? Esperamos que sim.

Outro problema, esse bem maior, será a pressão que esses assessores irão sofrer, no sentido de fazerem favores para outros e serem pressionados para agilizar processos. O juiz não sofre tanto assédio, porque as partes não têm coragem de estarem pedindo o magistrado para despachar, até porque quem faz esse papel é o advogado. Agora com os assessores é diferente, porque sem dúvida serão assediados em casa, no trabalho, no meio da rua, tanto por parentes ou por amigos. Imagine, um assessor que esteja em situação econômica ruim, vai ficar ainda mais fragilizado.

Fragilidade essa, que aumentará quando esses assessores começarem a receber presentinhos ou qualquer tipo gratificação. Por conta de tudo isso, meu medo é piorar ainda mais a justiça de Barreiras. O certo seria aumentar a quantidade de juízes e de desembargadores. Por lei, a Comarca de Barreiras teria que ter 16 juízes e tem apenas cinco. Tem dia que só tem três e em outros apenas dois. Minha pergunta é: quando é que vai ter 16? No dia que estiver precisando de 40?

Por que em Barreiras não tem a quantidade de juízes, conforme a lei determina?


Barreiras não tem os juízes que precisa, porque o maior cliente do pólo passivo do judiciário é o próprio estado, ou seja, é o estado, o município, a união e suas autarquias, são os maiores clientes passivos do judiciário, que estão na condição de réus em processos. Se colocar o número de juízes necessário, os processos serão julgados e os que têm o estado como réu, numa proporção que pode chegar a mais de 80%, ele vai perder e pagar com o quê? Aí vem a bancarrota.

Vai acontecer a mesma situação que o governador Jaques Wagner fez há dois anos, quando disse que tinha zerado os precatórios. As pessoas que tinham créditos de até 50 mil, o governo ofereceu apenas cinco ou dez mil, pressionando de forma que seria melhor ter a irrelevante quantia nas mãos do que ficar na fila dos precatórios. Na época, seria receber e dar quitação da dívida e não receber por conta. Isso,  aconteceu também nas outras esferas da federação, aqui mesmo em Barreiras, assistimos o INSS fazer leilões de créditos, deu até confusão na Justiça Federal. Hoje, o INSS é o maior cliente do judiciário do país, bate o recorde em todos os sentidos.

De que forma a OAB local poderia conseguir mais juízes para a Comarca de Barreiras?


Infelizmente, não sei se a OAB local teria muita coisa a fazer. Isso é uma decisão superior, chega até ser uma utopia achar que teremos o número de juízes que a lei judiciária determina. É uma vergonha. É como Ruy Barbosa falava "justiça tardia não é justiça, é injustiça". E como advogado, posso dar um exemplo de uma ação possessória que durou 33 anos, tramitando na Comarca e no Tribunal. A ação começou em janeiro de 1978 e terminou em último grau no mês de fevereiro desse ano, 2011. Meu cliente ganhou todas as etapas e a outra parte sempre recorrendo, inclusive com recurso para o STJ. Nesse intervalo de 33 anos, morreram juízes, outros aposentaram, morreram pessoas, inclusive advogados da parte contrária, e eu fui advogado do início ao fim, todos os meus clientes sobreviveram a esses anos e ganharam a causa, felizmente!

“Sem advogado não há justiça”. Explique o porquê dessa frase.

É um princípio constitucional. Salvo engano, é o Artigo 133 da Constituição Federal que reza que o advogado é indispensável à administração da justiça. Sem desmerecer, eu diria que ele é mais do que o próprio Ministério Público.

Fazendo um parêntese, normalmente as pessoas acham que existe hierarquia entre promotor, juiz e advogado e a verdade é que não existe. Nós, advogados não temos subordinação a nenhum outro operador de direito, o respeito e o tratamento que nós temos a eles, os mesmo devem a nós.

Já tive oportunidade de dizer a um juiz de Direito para me respeitar, não gritar comigo, porque senão o responderia no mesmo tom e com o mesmo gesto. Também, já fui colocado para fora de um cartório por um juiz, porque estava trabalhando e ele não queria no local a presença dos advogados. Eu disse a ele, na vista de todo mundo, de que não ia sair, que o estatuto da OAB, a lei me garantia estar ali dentro, a não ser que ele se valesse da força policial para me tirar da sala. Com isso, ele me deixou permanecer não fazendo absolutamente nada.

Se fosse um advogado recém-formado, como é que o sr. acha que ele agiria perante esse tipo de juiz?


Talvez se borrasse todo. Mas, essa questão de insegurança, de medo do juiz, às vezes é uma questão de mentalidade e falta de esclarecimento. Esse tipo de atitude me faz lembrar uma entrevista que li na Revista Caros Amigos, em 1997, com o juiz Dirceu Cintra, na época ele era presidente da Associação de Juízes para a Democracia, onde numa parte da entrevista ele fala sobre essa questão do medo, não só do advogado, mas também das pessoas, frente a um magistrado. Uma de suas respostas, Dr. Cintra intitulou a reportagem quando ele disse que "É preciso tirar o juiz do pedestal". Portanto, ele precisa saber que é igual a qualquer pessoa que está ali postulando. Que tem o poder de decisão, mas não é soberano.

Dentre os embates com os juízes na minha carreira, tive também a oportunidade de invocar essa afirmação numa petição a um deles. Fui claro, negritando a fala do Dr. Cintra quando disse: "Doutor, o senhor precisa descer do pedestal, o senhor não é o todo poderoso". Portanto, costumam dizer que o juiz do interior pensa que é Deus e quando ele se torna desembargador, deixa de pensar que é Deus, passa a ter certeza que já o é.

Como o sr. analisa os cursos de Direito em Barreiras?


Quando foram implantados, surgiu a conversa de que a cidade não tinha condições de suportar nenhuma, quanto mais duas faculdades de Direito. E eu sempre defendi que comportava. Hoje, temos na cidade exemplo de alguns excelentes advogados egressos das faculdades Unyahna e da FASB, não vou citar nome de ninguém porque não quero fazer injustiças com os demais.

Agora, vale salientar que também existem aqueles que vão para faculdade apenas para se graduar, buscar melhores condições de emprego. Muitos também não têm necessidade de advogar, outros são até aposentados ou têm emprego muito melhor, mas quer fazer o curso de Direito apenas por fazer. Então, isso é louvável pelo seguinte, só se darão bem aqueles que realmente se dedicarem à advocacia e, nem sempre o bom acadêmico, quem tem mais recursos será um bom advogado. Existe aqueles também que se destacam durante o curso, mas quando se formam e partem para a vida real, se torna uma negação e muitas vezes se apaga e acaba saindo do mundo jurídico. O advogado é aquele persistente, destemido e teimoso, se não for isso não serve para advogar.

Que análise o sr. faz com relação o aumento de profissionais do direito em Barreiras?

É normal. É devido à decorrência da quantidade de cursos. Se não fosse essas duas faculdades, Barreiras não teria mais de 500 inscritos na subseção local da OAB. Mas, essa saturação no mercado pode ser explicada da seguinte forma: não tem coisa melhor para advogar quando a concorrência é excelente. Se você pega uma petição bem elaborada por advogado competente, você tem como trabalhar porque foi fundamentada e você também pode usar das doutrinas, das jurisprudências que ele se baseou. Com isso, é só se dedicar e fazer melhor.

Mas, quando a gente pega uma petição com baboseira, como digo: com "bolodórios", de um advogado que não se esforça, não se dedica à profissão, é dez vezes pior do que aquela petição incisiva onde o advogado enfoca o cerne da questão, e que discute a coisa com profundidade. Existe um Artigo 302, do Código de Processo Civil, diz que a matéria de fato não impugnada é considerada como prevalecente. Então, se o advogado que diz um bocado de baboseira, às vezes é preciso responder da mesma forma. Com diz o ditado: "Em terra de sapo, de cócoras com ele".

Qual a sua opinião sobre o exame da OAB?

Sou a favor, é como se fosse uma seleção natural. Hoje, com essa proliferação de bacharéis no mercado, advindo de certas faculdades, o exame da Ordem é necessário. Quem se graduou, recebeu um título deve mostrar no exame da Ordem que está apto para advogar. Muitos fazem o curso de Direito para se promover no seu emprego ou seguir carreiras em outras profissões ligadas ao direito, a exemplo de delegado de polícia e outros.

A efetiva militância da advocacia acontece quando o graduado é selecionado pelo exame da OAB e isso, não desvaloriza a faculdade. Apenas, mostra na prática se a pessoa está apta ou não para advogar. As que não estão preparadas, sequer tentam enfrentar as provas, por si mesmo se selecionam, buscam outro emprego, apenas se contentam em exibir o diploma de Bacharel.

O que é preciso para ser um bom advogado?


Primeira coisa, estudar muito e sempre. O advogado que não se atualiza não vai adiante, porque temos mudanças nas leis quase todos os dias e um exemplo disso foi o novo Código Civil, que entrou em vigou no ano de 2002. Outro ponto muito importante para que o advogado tenha credibilidade na profissão é a sinceridade, a ética e a coragem de dizer a verdade a um seu cliente quando o mesmo não tem razão, e isso é difícil. Então, o bom advogado precisa acima de tudo ser sincero, sempre dizer ao cliente, no caso de causa perdida, de que é preferível perder o que, até então já perdeu do que correr o risco e continuar perdendo. Em Direito Civil se a questão não for legal é preciso rechaçar logo o cliente. Agora, na área criminal, o advogado jamais poderá invocar a imoralidade da causa.

Costumo dizer que causa se ganha com a boa disposição e a boa razoabilidade de quem julga. Se não tivermos a sensibilidade de quem julga, e uma boa formulação do pedido, não se consegue ganhar a causa. O bom argumento de quem pede e o bom senso de quem julga. O bom argumento é a exposição dos fatos, são as provas apresentadas que prove que você está arguindo e o bom senso é quem julga baseado no que está nos autos, porque o que não consta, não existe para o mundo jurídico.

Dia 11 de agosto é Dia dos Advogados, que mensagem o sr. deixa para seus colegas?

É difícil mandar uma mensagem para um advogado. Principalmente, de um velho da profissão como eu, com 37 anos de efetiva militância frente a essa justiça que vejo cada hora pior, caótica, capenga e a beira da falência. Digo isso e assumo a responsabilidade do termo. Como já disse anteriormente, o judiciário acabou de decretar sua própria falência com a contratação de assessores, primeiro para os desembargadores e agora para os juízes de direito.

Mas, a mensagem que deixo para meus colegas, principalmente os mais novos na profissão, é que sejam sinceros e defendam a causa, que vistam a camisa do seu cliente, pois o time do advogado é o mesmo do cliente. Sejam estudiosos, se atualizem sempre e não deixem que essas reformas vindouras os deixem para trás. Que embora falida, acredite na justiça, quem sabe poderá existir uma luz no fim do túnel. Luz essa que somente os profissionais do direito podem dar carga a essa energia.

Somos nós, advogados, os responsáveis pela justiça, muito mais do que os juízes. Prova disso é a jurisprudência, uma decisão tomada em cima de uma questão que não tem lei específica ou que a mesma não está muito clara. Um dia, um juiz que estava na mesma sala, ficou aborrecido porque ouviu de mim que eles não eram os arquitetos da jurisprudência e sim, os advogados, porque se ele não ousar em requerer o juiz, este não poderá deferir, portanto o juiz é simplesmente o engenheiro, o executor do projeto arquitetônico da jurisprudência. O advogado prepara a jurisprudência, faz o arcabouço e o requerimento ao juiz, e este apenas executa.

Para finalizar, se qualquer colega precisar de uma orientação ou discutir qualquer assunto que seja do meu conhecimento, estou à disposição para compartilhar, principalmente para os mais jovens.

Por Ana Cedro/Tenório de Sousa

quarta-feira, novembro 05, 2008

"Oi, Chicago. Se alguém ainda duvida que a América é um lugar onde tudo é possível, ainda pergunta se o sonho dos pioneiros ainda estão vivos em nossos tempos, ainda questiona o poder da nossa democracia, esta noite é sua resposta. É a resposta das filas que cercaram escolas e igrejas em números que essa nação nunca havia visto. Das pessoas que esperaram três horas e quatro horas, muitas pela primeira vez em suas vidas, porque acreditavam que desta vez precisava ser diferente, que as suas vozes podiam fazer diferença. É a resposta de jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, gays, heterossexuais, deficientes e não-deficientes. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo de que nós nunca fomos somente uma coleção de indivíduos ou uma coleção de Estados vermelhos e azuis. Nos somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América. É a resposta que recebeu aqueles que ouviram - por tanto tempo e de tantos- para serem cínicos, medrosos e hesitantes sobre o que poderiam realizar para que coloquem a mão no arco da história e torçam-no uma vez mais, na esperança de dias melhores.

Faz muito tempo, porém, nesta noite, por causa do que fizemos nesse dia de eleição, nesse momento decisivo, a mudança chegou à América. Um pouco mais cedo nesta noite, recebi um telefonema extraordinariamente gracioso do senador McCain. Ele lutou muito e por muito tempo nesta campanha. Ele lutou ainda mais e por ainda mais tempo por esse país que ele ama. Ele enfrentou sacrifícios pela América que a maioria de nós nem pode começar a imaginar. Nós estamos melhores graças ao serviços desse líder bravo e altruísta. Eu o parabenizo e parabenizo a governadora Palin por tudo que eles conquistaram. Eu estou ansioso por trabalhar com eles e renovar a promessa dessa nação nos próximos meses. Eu quero agradecer meu parceiro nessa jornada, um homem que fez campanha com o coração e que falou para os homens e mulheres com os quais cresceu, nas ruas de Scranton, e com os quais andou de trem a caminho de Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E eu não estaria aqui nesta noite sem a compreensão e o incansável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a rocha da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama dessa nação, Michelle Obama. Sasha e Malia ñfilhas de Obamaí eu as amo mais do que vocês podem imaginar. E vocês mereceram o cachorrinho que irá morar conosco na nova Casa Branca. E, embora ela não esteja mais entre nós, eu sei que minha avó está assistindo, ao lado da família que construiu quem eu sou. Eu sinto falta deles nesta noite. Eu sei que minha dívida com eles está além de qualquer medida. Para minha irmã Maya, minha irmã Alma, todos os meus irmãos e irmãs, muito obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a eles.

E agradeço ao meu coordenador de campanha, David Plouffe, o herói anônimo da campanha, que construiu o que há de melhor - a melhor campanha política, penso, da história dos EUA. Ao meu estrategista-chefe David Axelrod, que tem sido um companheiro em todos os passos do caminho. À melhor equipe de campanha reunida na história da política: você fizeram isso acontecer, e eu serei sempre grato pelo que vocês sacrificaram para conseguir.

Mas, acima de tudo, eu nunca esquecerei a quem essa vitória realmente pertence. Isso pertence a vocês. Isso pertence a vocês. Eu nunca fui o candidato favorito na disputa por esse cargo. Nós não começamos com muito dinheiro ou muitos endossos. Nossa campanha não nasceu nos corredores de Washington. Nasceu nos jardins de Des Moines, nas salas de Concord e nos portões de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que cavaram as pequenas poupanças que tinham para dar US$ 5, US$ 10 e US$ 20 para essa causa.

A campanha cresceu com a força dos jovens que rejeitaram o mito de apatia da sua geração e deixaram suas casas e suas famílias por empregos que ofereciam baixo salário e menos sono. Ela tirou suas forças de pessoas não tão jovens assim que bravamente enfrentaram frio e calor para bater às portas de estranhos e dos milhões de americanos que se voluntariaram e se organizaram e provaram que, mais de dois séculos mais tarde, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra. Essa é a nossa vitória. E eu sei que vocês não fizeram isso só para ganhar uma eleição. E eu sei que vocês não fizeram tudo isso por mim. Vocês fizeram isso porque entendem a grandiosidade da tarefa que temos pela frente.

Podemos comemorar nesta noite, mas entendemos que os desafios que virão amanhã serão os maiores de nossos tempos - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século. Enquanto estamos aqui nesta noite, nós sabemos que há corajosos americanos acordando nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscar suas vidas por nós. Há mães e pais que ficam acordados depois de os filhos terem dormido se perguntando como irão pagar suas hipotecas ou o médico ou poupar o suficiente para pagar a universidade de seus filhos. Há novas energias para explorar, novos empregos para criar, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.

O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas, América, nunca estive mais esperançoso do que chegaremos lá. Eu prometo a vocês que nós, como pessoas, chegaremos lá. Haverá atrasos e falsos inícios. Muitos não irão concordar com todas as decisões ou políticas que eu vou adotar como presidente. E nós sabemos que o governo não pode resolver todos os problemas. Mas eu sempre serei honesto com vocês sobre os desafios que enfrentar. Eu vou ouvir vocês, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, eu vou pedir que vocês participem do trabalho de refazer esta nação, do jeito que tem sido feito na América há 221 anos -bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada por mão calejada.

O que começamos 21 meses atrás no inverno não pode terminar nesta noite de outono. Esta vitória, isolada, não é a mudança que buscamos. Ela é a única chance para fazermos essa diferença. E isso não vai acontecer se voltarmos ao modo como as coisas eram. Isso não pode ocorrer com vocês, sem um novo espírito de serviço, um novo espírito de sacrifício.
Então exijamos um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, com o qual cada um de nós irá levantar e trabalhar ainda mais e cuidar não apenas de nós mesmos mas também uns dos outros. Lembremos que, se essa crise financeira nos ensinou uma coisa, foi que não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre. Nesse país, nós ascendemos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de voltar ao bipartidarismo, à mesquinhez e à imaturidade que envenenou nossa política por tanto tempo. Lembremos que foi um homem deste Estado que primeiro carregou a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre valores de autoconfiança, liberdade individual e unidade nacional.

Esses são valores que todos compartilhamos.

E enquanto o Partido Democrata obteve uma grande vitória nesta noite, isso ocorre com uma medida de humildade e de determinação para curar as fissuras que têm impedido nosso progresso. Como o ex-presidente Abraham Lincoln (1861-1865) afirmou para uma nação muito mais dividida que a nossa, nós não somos inimigos, e sim amigos. A paixão pode ter se acirrado, mas não pode quebrar nossos laços de afeição. E àqueles americanos cujo apoio eu ainda terei que merecer, eu talvez não tenha ganho seu voto hoje, mas eu ouço suas vozes. E eu preciso de sua ajuda. Eu serei seu presidente também.

E a todos aqueles que nos assistem nesta noite, além das nossas fronteiras, de Parlamentos e palácios, àqueles que se reúnem ao redor de rádios, nas esquinas esquecidas do mundo, as nossas histórias são únicas, mas o nosso destino é partilhado, e uma nova aurora na liderança americana irá surgir.

Àqueles que destruiriam o nosso mundo: nós os derrotaremos. Àqueles que buscam paz e segurança: nós os apoiamos. E a todos que questionaram se o farol da América ainda ilumina tanto quanto antes: nesta noite nós provamos uma vez mais que a verdadeira força da nossa nação vem não da bravura das nossas armas ou o tamanho da nossa riqueza mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inabalável esperança.

Esse é o verdadeiro talento da América: a América pode mudar. Nossa união pode ser melhorada. O que já alcançamos nos dá esperança em relação ao que podemos e ao que devemos alcançar amanhã. Essa eleição teve muitos 'primeiros' e muitas histórias que serão contadas por gerações.

Mas há uma que está em minha mente nesta noite, sobre uma mulher que votou em Atlanta. Ela seria como muitos dos outros milhões que ficaram em fila para ter a voz ouvida nessa eleição não fosse por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos. Ela nasceu apenas uma geração após a escravidão; uma época na qual não havia carros nas vias nem aviões nos céus; quando uma pessoa como ela não podia votar por dois motivos - porque era mulher ou por causa da cor da sua pele. Nesta noite penso em tudo que ela viu neste seu século na América - as dores e as esperanças, o esforço e o progresso, a época em que diziam que não podíamos, e as pessoas que continuaram com o credo: Sim, nós podemos. Em um tempo no qual vozes de mulheres eram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela viveu para vê-las se levantar e ir às urnas. Sim, nós podemos. Quando havia desespero nas tigelas empoeiradas e a depressão em toda parte, ela viu uma nação conquistar seu New Deal, novos empregos, um novo senso de comunidade. Sim, nós podemos. Quando bombas caíam em nossos portos e a tirania ameaçava o mundo, ela estava lá para testemunhar uma geração chegar à grandeza, e a democracia foi salva. Sim, nós podemos. Ela estava lá para ver os ônibus em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, a ponte em Selma e um pregador de Atlanta que disse 'Nós Devemos Superar'.

Sim, nós podemos. Um homem chegou à Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo foi conectado por nossa ciência e imaginação. Neste ano, nesta eleição, ela tocou o dedo em uma tela e registrou o seu voto porque, após 106 anos na América, através dos melhores e dos mais escuros dos tempos, ela sabe que a América pode mudar. Sim, nós podemos. América, nós chegamos tão longe. Nós vimos tanto. Mas há tantas coisas mais para serem feitas.

Então, nesta noite, devemos nos perguntar: se nossas crianças viverem até o próximo século, se minhas filhas tiverem sorte suficiente para viver tanto quanto Ann Nixon Cooper, quais mudanças elas irão ver? Quanto progresso teremos feito? É nossa chance de responder a esse chamado. É o nosso momento. Esse é nosso momento de devolver as pessoas ao trabalho e abrir portas de oportunidade para nossas crianças; de restaurar a prosperidade e promover a paz; de retomar o sonho americano e reafirmar a verdade fundamental de que, entre tantos, nós somos um; que, enquanto respirarmos, nós temos esperança. E onde estamos vai de encontro ao cinismo, às dúvidas e àqueles que dizem que não podemos. Nós responderemos com o brado atemporal que resume o espírito de um povo: 'Sim, nós podemos'.

Obrigado. Deus os abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América".

quinta-feira, setembro 25, 2008

Ouça aqui as entrevists realizadas pela Tropicália FM com os três candidatos a prefeito de Macaúbas.

Padre José Silva:


Amélio Costa Júnior:


Sebastião Nunes:

sexta-feira, agosto 15, 2008

Em show de João Gilberto, público sussurra e brinca de ventríloquo

João Gilberto é uma espécie de mito daqueles que todo mundo deveria ver ao menos uma vez na vida. Ontem, no Auditório Ibirapuera, o rei da Bossa Nova fez um show lindo, perfeito e provocou o público cantando várias músicas conhecidas. Provocou? Sim, provocou, porque o show do João tem algumas regras: não pode falar, não pode rir fora de hora, tem de respirar baixinho, espirrar seria um crime e nunca, jamais, a platéia canta --só se for convidada.

Veja imagens do show

Mas como ouvir ao vivo aquele senhor que toca violão como poucos cantar "O Pato" e ter força para não fazer coro em "qüém, qüém". Eu fiz, escondido, mas fiz. Mas não fui só eu não. Como em show de ventríloquo, o público mexia a boca, mas a voz era de João.


Às 23h28 [o show, previsto para as 21h, começou às 22h38], quando ele cantou "Chega de Saudade", foi o ápice do desespero da platéia. Nas cadeiras próximas à minha, um som parecido com um tipo de prece passou a ecoar no meio da música. Virei-me lentamente [sempre para não incomodar nem o músico nem meus vizinhos de assento] para ver de onde vinha aquele zunzum e percebi que um casal, abraçado e de olhos fechados, sussurrava a letra da música um no ouvido do outro, aparentemente para não ser percebido pelo cantor.


Mas João estava super bem humorado e surpreendeu o público ao ignorar, logo no início do show, a invasão do som de um Windows desligando --aquele "tam dam dam dam" (ouça como foi irritante), estrondeando mais alto que seu violão pelas caixas de som. O público ficou tenso, mas ele, o mestre da Bossa Nova, continuou cantando como se nada tivesse acontecido --que sorte a nossa.


Como na maioria dos shows, ao público é proibido fazer imagens e gravações. Essa restrição em tempos de celular 3G com câmera de 5 Mpixels desperta um jogo de esconde entre fãs e seguranças. A verdade é que quase todo mundo tenta fazer uma imagem do cantor durante os aplausos, quando é mais difícil de ser abordado por um fiscal e a sala fica mais iluminada.


Nesse ponto eu não tive tanta sorte. Na ânsia de registar o disputado show e de capturar uma simples imagem do cantor no palco para ilustrar a reportagem sobre o espetáculo, minha técnica foi desastrosa. Não é fácil mirar o artista e ocultar o aparelho celular que emana luz delatando o ato aos seguranças e conseguir uma boa foto. Na minha recordação digital, João Gilberto aparece como uma bola de luz branca embaçada. Poderia ser qualquer um, mas eu juro que é ele.
Além de bem disposto, João não estava com pressa: cantou 30 músicas, conversou com o público, contou histórias, arrancou risos, declarou amor a São Paulo dizendo "I love you" e elogiou o hotel Maksoud Plaza, onde está hospedado. Rápido mesmo foi só o trajeto de saída e retorno ao palco na hora do bis, pit stop de 47 segundos, quase que não deu tempo de bater palmas, mas ele foi aplaudido sim, muito e com todo o público em pé.

Após cantar "Garota de Ipanema", música com que encerrou a noite e que o público também acompanhou apenas mexendo a boca, sem dizer nada, ele pegou seu violão e saiu. Aí, sim, deu tempo de oferecer a João um aplauso longo, emocionado e satisfeito. Ele não voltou.


O que João cantou:

01- "Aos Pés da Cruz"
02- "13 de Ouro"
03- "Wave"
04- "Caminhos Cruzados"
05- "Doralice"
06- "Meditação"
07- "Preconceito"
08- "Disse Alguém"
09- "O Pato"
10- "Corcovado"
11- "Samba do Avião"
12- "Lígia" [sem dizer nenhuma vez "Lígia"]
13- "Você Já Foi à Bahia?"
14- "Rosa Morena"
15- "Morena Boca de Ouro"
16- "Desafinado"
17- "Estate"
18- "Só Vou pra Casa"
19- "Chega de Saudade"
20- "Isto Aqui o que É"

Bis

21- "Chove Lá Fora"
22- "O Nosso Olhar"
23- "Bahia com H"
24- "Da cor do pecado"
25- "Samba de uma Nota Só"
26- "Retrato em Branco e Preto"
27- "Samba de uma Nota Só"
28- "Guacyra"
29- "Pra Machucar Meu Coração"
30- "Garota de Ipanema"

Texto e fotos de LIGIA BRASLAUSKAS, editora da Editora da Folha Online

Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u433810.shtml
João Gilberto chega atrasado em show de SP

O cantor e compositor João Gilberto, 77, foi aguardado por mais de uma hora pelo público que compareceu na noite desta quinta-feira (14) ao Auditório Ibirapuera, em São Paulo, onde apresentou o primeiro show em homenagem aos 50 anos da bossa nova.

Neste videocast, o repórter da Ilustrada Miguel Arcanjo Prado acompanhou a movimentação do público antes do espetáculo.




A escritora Danuza Leão, irmã mais velha da cantora Nara Leão, era uma das presentes. Ela contou que acompanhou de perto o nascimento da bossa nova. "Tudo começou no apartamento dos meus pais", falou, já que foi no famoso apartamento da avenida Atlântica, no Rio, que os jovens criadores da bossa nova se reuniam no final dos anos 50 para tocar violão.

O cenógrafo Cyro del Nero lembrou que trabalhou com João Gilberto em um show da TV Tupi, em 1972. "Ele é extremamente exigente", disse. Ele ainda lembrou as participações na televisão que João Gilberto fazia no programa de Bibi Ferreira, na TV Excelsior, no começo da década de 60.

Anônimos também marcaram presença, como dois japoneses que estavam dispostos a pagar R$ 1.000 por uma entrada. Depois de permanecer na porta do auditório com placas dizendo que queriam ingressos, eles conseguiram comprar um par na mão dos cambistas.

João Gilberto chegou em um carro preto, às 22h11, e foi recebido por um grande grupo de fotógrafos, repórteres e cinegrafistas. O show começou às 22h37 e terminou pouco depois da meia-noite. João Gilberto estava de bom humor e não se irritou nem com um telefone celular que tocou durante sua apresentação.

Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u433542.shtml

terça-feira, agosto 12, 2008

Jung é considerado místico, confuso e bígamo


Dentre os primeiros exploradores do inconsciente, o suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) é um dos mais contraditórios. Depois de aliar-se a Freud, o criador da psicanálise, Jung criou uma escola própria, ampliada e praticada por muitos, em todo o mundo. Ainda hoje ele é considerado místico, confuso, simpatizante do nazismo e bígamo.


Esta semana, o quadro "Olhar Literário", mostra uma entrevista com o autor Tito R. de A. Cavalcanti, que fala sobre este trabalho que sintetiza os principais temas da obra de Carl Gustav Jung.





O livro também trata da união de Jung com Freud, que durou sete anos e foi interrompida pelo fato de os dois não concordarem a respeito da teoria do inconsciente. Isto fez com que Jung criasse uma escola própria, ampliada e praticada por muitos desde então, ao redor do mundo.


O psiquiatra suíço passou muito tempo na obscuridade. No Brasil, sua obra tem pouca repercussão nas universidades, se comparado às obras de Freud e Lacan, por exemplo, e, não raro, seu nome aparece associado ao misticismo, ao nazismo e à bigamia.


O autor de "Jung", Tito R. de A. Cavalcanti, é analista junguiano, formado pela Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica.


"Jung"

Autor: Tito R. de A. Cavalcanti

Editora: Publifolha

Páginas: 96

Quanto: R$ 17,90

Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha



Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u423335.shtml

sábado, agosto 09, 2008

Bebida considerada "paixão nacional" ganha novos sabores.

Considerada paixão nacional, a cerveja tem ganhado novas formas e sabores, resultado da fabricação artesanal feita por pequenas empresas. Com isso, o apreciador tem descoberto as inúmeras variedades da bebida considerada "paixão nacional".

No programa "Boa Vida" desta semana, a repórter Marina Fuentes entrevista o empresário Evandro Amidani, proprietário de um bar, em São Paulo, especializado em cervejas premium.


De olho neste mercado em crescimento, a Schincariol comprou recentemente a catarinense Eisenbahn. Além disso, outras microcervejarias com boa aceitação no mercado, como a paulista Baden Baden, a pernambucana Igarassu e a carioca Devassa, já haviam sido adquiridas pela empresa no ano passado.

Em seu estabelecimento, Amidani conta com 25 marcas diferentes, todas nacionais. "Ao abrir o bar, a idéia era oferecer um produto diferente". Apesar do crescimento da procura pelo tipo de produto, o empresário diz que o brasileiro ainda desconhece a quantidade de cervejas disponíveis e de boa qualidade existentes no mercado.


Para o consumidor que pouco conhece sobre as cervejas artesanais, Amidani aconselha a brincadeira da experimentação, ou seja, a saída em grupo aos bares que disponibilizam a bebida. Em vez de pedir um só tipo de cerveja, cada um faz o pedido diferente. Com isso, todos podem experimentar a sua bebida e a dos amigos.

Recortado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u430526.shtml
Meu compromisso de postar diariamente não foi cumprido... Vou tentar mais uma vez imprimir uma preiodicidade nas postagens, mas dessa vez sem prometer.