terça-feira, fevereiro 27, 2007

E agora Suplicy?

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) fez o desafio ao ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos Roberto Abdenur, que em entrevista à revista Veja fez uma crítica contundente à política externa do governo Lula: que o diplomata apresentasse exemplos que comprovassem sua tese de que o Itamaraty age de forma ideológica e não pragmática.

Pois Abdenur os apresentou. Levou à Comissão de Relações Exteriores do Senado três livros que foram incluídos na bibliografia obrigatória do Itamaraty no governo Lula. Um deles, disse Abdenur, traz a idéia de que o Brasil pode ser “varrido” pelos Estados Unidos, uma crítica à Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e uma clara demonstração de anti-americanismo.

- As chefias do Itamaraty não têm o direito de impor suas preferências aos subordinados -, afirmou. – Eu entendo que haja razões de queixa e de ressentimentos com os Estados Unidos (...) Mas o Brasil precisa livrar-se dos Estados Unidos em definitivo como referência para a definição da persona do País no plano internacional.

Pra completar, confirmou que diplomatas que se alinham a essa ideologia são promovidos mais rápido que os demais. Crítica feita, mas ao vento. Suplicy não estava na comissão.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Reproduzo abaixo o post do Blog Fortaleza da Solidão, do amigo Eduardo Lorenzo.

"Tá, ano passado eu fugi da coleira e fui ver Bono cantar com Ivetão e Gil lá na Barra, mas nem sequer cheguei a sair em nenhum bloco, de forma que foi apenas este ano de 2007 que marcou o meu retorno propriamente dito à folia soteropolitana; e o mais importante: realizando um antigo sonho de consumo meu de sair no afoxé dos Filhos de Ghandy. Muita gente fala mal do carnaval, eu mesmo já fui um grande crítico dessa festa, mas, admito, isso se deve, certamente à falta de conhecimento do espetáculo em si pelos seus detratores. Só quem já saiu na pipoca ou em algum bloco sabe a emoção e o prazer que é de correr atrás do trio elétrico, mesmo debaixo de chuva ou de extremo calor.
Particularmente no Gandhy há uma união, uma sensação de estarmos todos juntos, sermos realmente irmãos, não de armas, mas de almas, mesmo sem nunca termos nos conhecido antes. Todo e qualquer Gandhy que eu encontrei nos percursos foi atencioso, bem-humorado e solidário não apenas comigo ou com os outros Gandhys, mas com todo e qualquer outro folião, sempre disposto a ajudar, apartando eventuais brigas (incrivelmente raras esse ano), brincando com as crianças, equilibrando foliões mais pra lá do que pra cá ou simplesmente dando informações para turistas desavisadas (estas, mediante um conhecido precinho camarada), além de distribuindo simpatia e incentivo àqueles que trabalham duro no evento e sem os quais uma festa desta magnintude não seria possível.

Durante uma festa desse porte, com gente de todos os estados do Brasil e do mundo, é impossível não testemunhar situações hilárias acontecendo o tempo todo, tais como: 2 Capitães América valsando ao som do Bolero de Ravel imediatamente antes de serem atacados pelas terríveis "Muquiranas", um carinha carregando um Mickey de pelúcia abraçado numa lata de cerveja, cordeiros pra lá de Oxóssi fumando tudo até a última ponta enquanto fazem o seu difícil trabalho, ver uma tropa de Gandhys que nunca se viu antes invadir um bloco e lá dentro ficar combinando estrategicamente a melhor maneira de segurar a multidão pra sair todo mundo correndo de uma vez só numa arrojada manobra digna de uma experiente falange espartana, além de observar bêbados fazendo a felicidade de muitas cordeiras e vendedoras de amendoim pela cidade e o resto da mulherada com os olhos ardendo por conta da Alfazema do Gandhy serem vítimas de cantadas completamente desajeitadas ao lado do trio impossíveis de serem ouvidas em função do extremo barulho serem bem-sucedidas, ou ainda mais engraçadas: as mal-sucedidas, sempre levadas na esportiva.

Outro momento mágico: a felicidade que eu vi no olhar das crianças para quem eu e outros Ghandys distribuimos alguns dos colares é o tipo da coisa que eu vou levar pra sempre comigo. Aquilo parecia algo inalcançável pra elas, sei lá, de repente surge aquele super-herói (fala sério, a roupa de Gandhy parece uniforme de personagem de HQ) e faz aquela inesperada boa ação... e depois some na multidão sem nem lhe dar tempo de dizer "obrigado"... é comovente, mas, assim como a Matrix e tantas outras coisas na vida, vc tem de ver por si mesmo pra entender...

Outro ponto positivo: esse ano praticamente não vi violência, e quando aconteceu foi dentro do próprio bloco, dois boyzinhos criados com leite Ninho se estranharam e ficaram de vingancinha um com o outro. Resultado: um nariz sangrando e dois abadás rasgados pelos seguranças do bloco q expulsaram os palhaços brigões pra fora do bloco... patético, mas bem feito. Além de tudo isso carnaval é uma daquelas cada vez mais raras oportunidades de se reencontrar amigos ausentes e amores esquecidos, gente que a vida traiçoeiramente afastou de nosso círculo de convivência diária, mas não o bastante para que deixemos de admirá-las ou sentir carinho e afeição como meu bom amigo Jones a quem invariavelmente encontro, já chapadaço, na frente do trio de Armandinho, Dodô e Osmar lá no finalzinho do circuito em Ondina, perto da casa dele, como acontece há mais de 10 anos.

Acho que minha única crítica é esse fenômeno da "camarotização" do carnaval. Eu, particularmente, me recuso a pagar camarote. Pagar pra ver os outros se divertirem não é a minha praia. Sim, eu entendo a questão da segurança e entendo que qualquer casal que não tomou a sábia decisão de viajar para bem longe da muvuca deve evitar circular na avenida sem uma boa dose de paciência e atenção, mas, para qualquer homem não acompanhado não há outra opção melhor do que a rua. Quer dizer, tem momentos que fica apertado mesmo, principalmente ao redor dos trios mais populares e por populares eu não quero dizer Camaleão ou Asa não senhor, eu me refiro aos Psiricos e Harmonias do Samba da vida que atraem igualmente uma massa descomunal de fãs, mas sem a estrutura de cordas, camarotes e segurança dos grandes blocos. De qualquer forma, eu não sou o seu público-alvo...

Mas, enfim, nunca mais pretendo pagar pra sair em nenhum bloco de carnaval que não seja o Ghandy. Isso não quer dizer que eu vá, necessariamente, sair ano que vem de novo no Ghandy, mas quer dizer, isso sim, que no próximo ano que eu sair no carnaval, seja lá quando for, será certamente fazendo parte do "tapete branco", ajudando a espalhar a paz, a alegria e o cheiro de Alfazema ao invadir todos os outros blocos, e, certamente, curtindo muito a guitarra de Armandinho desde a Barra até Ondina sem me importar com o estado lamentável das minhas sandálias.

AJAIÔ!
"

sábado, fevereiro 10, 2007

Vista para o mar

Marta Suplicy ao chegar em Salvador para o encontro Nacional do PT [que aocntece aqui em Salvador nesse fim de semana, 9, 10 e 11/02/2007], deu a seguinte ordem a recepcionista: — Quero um quarto virado para o mar.
E a moça: — Mas são todos virados para o mar, senhora.
Madame retrucou: — Então quero o melhor deles.
Fonte: Da Coluna de Ancelmo Gois no O Globo de hoje, 10/02/2007, pág. 24.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Companheiro Serra em alta

Brincadeira do deputado Gedel Vieira Lima (PMDB-BA), cotado para ser ministro de Lula, ao encontrar ontem à noite no restaurante Piantela, em Brasília, o deputado Paulo Renato (PSDB-SP):

- Não quero conversa com você que virou xiita. Só quero conversa com o companheiro Serra.
Oito votos do PSDB paulista asseguraram a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para presidente da Câmara dos Deputados.

Serra jura que nada teve a ver com isso.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Manuela passa no teste da esteira

Duas extensas esteiras rolantes, uma para ir e a outra para voltar, correm paralelamente, separadas por poucos metros, ligando o anexo 3 e o anexo 4 do prédio da Câmara onde os deputados têm seus gabinetes.

A deputada Manuela D´Avila (PC do B), 25 anos, recodista de votos no Rio Grande do Sul, foi aprovada há pouco com louvor no teste da esteira. Ela voltava do anexo 4 para o anexo 3. A multidão de marmanjos que ía em sentido contrário se voltou automaticamente à passagem dela. Parecia mais uma cena ensaiada muitas vezes. Alguns mais velhos ficaram com torcicolo.