A projeto de lei recém-aprovado no Senado criando a Super-Receita é um “trem da alegria”, denuncia o presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), João Carlos Souto. Um artigo inserido pelo relator Rodolpho Tourinho (PFL-BA) vai possibilitar a entrada de procuradores autárquicos na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Para João Souto, o Senado acaba de criar o cargo de procurador da fazenda nacional "derivado".
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Ainda bem que temos a Dilma...
Do Blog de Noblat
Apagão aéreo? Que apagão?
Lula nada tem a ver com isso. Não deu até aqui uma única satisfação pessoal ao distinto público. Só o pobre do Tarso Genro foi obrigado a dar - e aí derrapou naquela história de que não devemos ter "pressa neurótica". Em seguida, tomou um jatinho da FAB e decolou de Brasília que ninguém é de ferro e ministro de Estado é um sujeito muito ocupado.
Vá dizer que sem essa de "pressa neutórica" para a passageira cujo filho perdeu um transplante de fígado porque não chegou a tempo à mesa de operação. Ou para quem tem mofado até mais de 12 horas nos aeroportos ao longo dos últimos três dias. Ou para quem dormiu ao relento porque teve seu vôo cancelado e a empresa aérea lhe negou hospedagem.
Lula mantém distância da crise provocada pelo apagão do mesmo modo que nos últimos quatros anos fez questão de manter distância da crise provocada pelo aumento da violência urbana. Recusou a sugestão de criar no início do seu governo uma Secretaria Especial para combater o crime. Argumentou que tal providência aproximaria o problema dele. É um sábio!
De resto, a qualquer sinal de encrenca, ele manda chamar a Dilma, como o último presidente da ditadura militar de 1964, o general João Figueiredo, mandava chamar o Pires - no caso, o general Walter Pires, Comandante do Exército, pouco simpático à causa da redemocratização do país. A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, é eficiente e pode muito - mas não pode tudo.
No último domingo dia 26, ela pode pilotar uma lancha de 20 pés, batizada de "Clara", pelas mansas águas da Bahia de Todos os Santos em Salvador. Estava acompanhada do governador eleito da Bahia Jacques Wagner (PT) e da mulher dele, Fátima. O marinheiro Sinho encantou-se com o pulso forte da ministra e com seus conhecimentos náuticos. Aproveitou para pedir:
- Bem que a senhora podia mandar asfaltar a rua onde moro na Ilha de Itaparica...
- Peça a Jaquito - respondeu Dilma. Ela é uma das poucas pessoas no mundo que chama Jacques de Jaquito. Lula chama de "Galego".
- Eu mandarei asfaltar - antecipou-se Fátima. O claros olhos dela brilharam com intensidade quando o marinheiro disse que é dono de cerca de 300 votos em Itaparica.
A se acreditar no que disse Dilma há pouco, o apagão "é um problema de simples solução e que vai ser resolvido no prazo mais rápido possível". Talvez mais rapidamente do que o asfalto da rua do marinheiro Sinho na ilha de Itaparica. O apagão dura quase três meses, é verdade. Inferniza a vida de milhares de pessoas e deve provocar a queda do ministro da Defesa.
Mas se Dilma sugeriu que tudo estará nos trinques em breve é porque estará, sim. Celebremos, pois, a promessa dela. Celebremos o fato de que, hoje, apenas pouco mais de 30% dos vôos decolaram com uma hora e meia de atraso. E celebremos também a revelação de Dilma de que não houve sabotagem nos aparelhos de controle de vôo do aeroporto de Brasília.
Por respeito à verdade e à ministra, é bom registrar que ela não garantiu a inexistência de sabotagem. Ela se limitou a dizer que "acha" que não houve sabotagem. Eu posso achar que houve - você também. Mas há de se reconhecer que o "acho" da ministra vale muito mais do que o nosso. Ela tem o crédito de afinal ter descoberto que o apagão é um problema simplérrimo.
Seria o caso de perguntar: se é tão simples assim por que não foi evitado? Ou se é tão simples assim por que não foi logo resolvido? Mas a ministra é uma das pessoas mais atarefadas da República e não tem tempo a perder com perguntas tolas. Nem os jornalistas. Vamos deixá-la trabalhar. Ao contrário do seu chefe, Dilma é mais de executar do que de jogar conversa fora.
No momento, uma vez que transferiu para Fátima a missão de asfaltar a rua de Sinho em Itaparica, Dilma tem um problema simples para resolver (o apagão aéreo) e um monte de problemas difíceis. Uma vez passadas as eleições, sumiu a fina camada de asfalto jogada às pressas sobre as estradas na chamada operação tapa-buraco.
O governo foi alertado para um quase inevitável apagão nos principais portos do país. E Lula quer que a economia cresça 5% no próximo ano mesmo sem cortar gastos como deveria e deixando para lá a reforma da Previdência. O rombo da Previdência bateu a casa dos R$ 42 bilhões e o governo finge que não vê - ou que é possível contê-lo sem conter gastos.
Por mais que Dilma não recuse trabalho, é muita coisa para uma pessoa como ela tocar praticamente sozinha. Ainda bem que do apagão aéreo ela se livrará rapidinho...
Lula nada tem a ver com isso. Não deu até aqui uma única satisfação pessoal ao distinto público. Só o pobre do Tarso Genro foi obrigado a dar - e aí derrapou naquela história de que não devemos ter "pressa neurótica". Em seguida, tomou um jatinho da FAB e decolou de Brasília que ninguém é de ferro e ministro de Estado é um sujeito muito ocupado.
Vá dizer que sem essa de "pressa neutórica" para a passageira cujo filho perdeu um transplante de fígado porque não chegou a tempo à mesa de operação. Ou para quem tem mofado até mais de 12 horas nos aeroportos ao longo dos últimos três dias. Ou para quem dormiu ao relento porque teve seu vôo cancelado e a empresa aérea lhe negou hospedagem.
Lula mantém distância da crise provocada pelo apagão do mesmo modo que nos últimos quatros anos fez questão de manter distância da crise provocada pelo aumento da violência urbana. Recusou a sugestão de criar no início do seu governo uma Secretaria Especial para combater o crime. Argumentou que tal providência aproximaria o problema dele. É um sábio!
De resto, a qualquer sinal de encrenca, ele manda chamar a Dilma, como o último presidente da ditadura militar de 1964, o general João Figueiredo, mandava chamar o Pires - no caso, o general Walter Pires, Comandante do Exército, pouco simpático à causa da redemocratização do país. A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, é eficiente e pode muito - mas não pode tudo.
No último domingo dia 26, ela pode pilotar uma lancha de 20 pés, batizada de "Clara", pelas mansas águas da Bahia de Todos os Santos em Salvador. Estava acompanhada do governador eleito da Bahia Jacques Wagner (PT) e da mulher dele, Fátima. O marinheiro Sinho encantou-se com o pulso forte da ministra e com seus conhecimentos náuticos. Aproveitou para pedir:
- Bem que a senhora podia mandar asfaltar a rua onde moro na Ilha de Itaparica...
- Peça a Jaquito - respondeu Dilma. Ela é uma das poucas pessoas no mundo que chama Jacques de Jaquito. Lula chama de "Galego".
- Eu mandarei asfaltar - antecipou-se Fátima. O claros olhos dela brilharam com intensidade quando o marinheiro disse que é dono de cerca de 300 votos em Itaparica.
A se acreditar no que disse Dilma há pouco, o apagão "é um problema de simples solução e que vai ser resolvido no prazo mais rápido possível". Talvez mais rapidamente do que o asfalto da rua do marinheiro Sinho na ilha de Itaparica. O apagão dura quase três meses, é verdade. Inferniza a vida de milhares de pessoas e deve provocar a queda do ministro da Defesa.
Mas se Dilma sugeriu que tudo estará nos trinques em breve é porque estará, sim. Celebremos, pois, a promessa dela. Celebremos o fato de que, hoje, apenas pouco mais de 30% dos vôos decolaram com uma hora e meia de atraso. E celebremos também a revelação de Dilma de que não houve sabotagem nos aparelhos de controle de vôo do aeroporto de Brasília.
Por respeito à verdade e à ministra, é bom registrar que ela não garantiu a inexistência de sabotagem. Ela se limitou a dizer que "acha" que não houve sabotagem. Eu posso achar que houve - você também. Mas há de se reconhecer que o "acho" da ministra vale muito mais do que o nosso. Ela tem o crédito de afinal ter descoberto que o apagão é um problema simplérrimo.
Seria o caso de perguntar: se é tão simples assim por que não foi evitado? Ou se é tão simples assim por que não foi logo resolvido? Mas a ministra é uma das pessoas mais atarefadas da República e não tem tempo a perder com perguntas tolas. Nem os jornalistas. Vamos deixá-la trabalhar. Ao contrário do seu chefe, Dilma é mais de executar do que de jogar conversa fora.
No momento, uma vez que transferiu para Fátima a missão de asfaltar a rua de Sinho em Itaparica, Dilma tem um problema simples para resolver (o apagão aéreo) e um monte de problemas difíceis. Uma vez passadas as eleições, sumiu a fina camada de asfalto jogada às pressas sobre as estradas na chamada operação tapa-buraco.
O governo foi alertado para um quase inevitável apagão nos principais portos do país. E Lula quer que a economia cresça 5% no próximo ano mesmo sem cortar gastos como deveria e deixando para lá a reforma da Previdência. O rombo da Previdência bateu a casa dos R$ 42 bilhões e o governo finge que não vê - ou que é possível contê-lo sem conter gastos.
Por mais que Dilma não recuse trabalho, é muita coisa para uma pessoa como ela tocar praticamente sozinha. Ainda bem que do apagão aéreo ela se livrará rapidinho...
Do Blog de Noblat
Helô constrange ministros do STF
- O que se pode fazer? Ela entra assim no Senado da República - resmungou Marco Aurélio de Melo, ministro do Supremo Tribunal Federal, ao ver há pouco a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) sentar na primeira fila de cadeiras do plenário do tribunal.
Helô veste o de costume - calças jeans e camiseta branca.
Nenhuma mulher pode entrar ali nesses trajes, segundo o regimento interno do Supremo. Nem mesmo é permitida calça comprida na altura da canela.
Mas vai criar caso com uma senadora - e ainda por cima com Helô...
O Supremo está julgando duas ações que pedem que seja declarada inconstitucional a cláusula de barreira, dispositivo que complicou muito a vida dos pequenos partidos.
Uma vez que não tenham alcançado determinado número de votos em certa quantidade de Estados, os partidos perdem uma série de direitos - inclusive grana e tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Ou se fundem com outros nas mesmas condições ou se dissolvem. O PSOL de Helô está nessa situação - bem como o PC do B do presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo.
- O que se pode fazer? Ela entra assim no Senado da República - resmungou Marco Aurélio de Melo, ministro do Supremo Tribunal Federal, ao ver há pouco a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) sentar na primeira fila de cadeiras do plenário do tribunal.
Helô veste o de costume - calças jeans e camiseta branca.
Nenhuma mulher pode entrar ali nesses trajes, segundo o regimento interno do Supremo. Nem mesmo é permitida calça comprida na altura da canela.
Mas vai criar caso com uma senadora - e ainda por cima com Helô...
O Supremo está julgando duas ações que pedem que seja declarada inconstitucional a cláusula de barreira, dispositivo que complicou muito a vida dos pequenos partidos.
Uma vez que não tenham alcançado determinado número de votos em certa quantidade de Estados, os partidos perdem uma série de direitos - inclusive grana e tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Ou se fundem com outros nas mesmas condições ou se dissolvem. O PSOL de Helô está nessa situação - bem como o PC do B do presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo.
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